ACERCA DOS RESÍDUOS MEDIEVAIS PRESENTES NA LITERATURA POPULAR
NORDESTINA
Camille Feitosa de Araújo
Prof.ª Dr.ª
Elizabeth Dias MARTINS
Universidade Federal do Ceará
camillefeitosa@yahoo.com.br
camillefeitosa@yahoo.com.br
A literatura
popular nordestina apresenta, em seu repertório poético, muito da mentalidade
cristã-medieval, pois, embora não tenhamos tido cronologicamente uma Idade
Média, recebemos dela uma herança significativa para a formação da nossa
cultura. Assim, as narrativas encontradas nos folhetos de cordéis que contam
histórias de personagens transgressores de preceitos morais ou religiosos e,
por esse motivo, punidos por meio da transformação de suas formas humanas em
animais serão alvo de nosso trabalho, a fim de que possamos compreender quais
as relações existentes entre a mentalidade punitiva medieval, que combatia os
vícios, classificados de acordo com os sete pecados capitais, e aquelas
encontradas nos folhetos de cordelistas brasileiros nordestinos. Partindo do
que aqui foi exposto, e nos valendo da Teoria da Residualidade, sistematizada
pelo professor Roberto Pontes, analisaremos os cordéis O negrão que virou macaco e a velha feiticeira, de José Costa Leite
e O rapaz que virou barrão ou o porco
endiabrado, de Klévisson Viana e Arievaldo Lima.
A MOÇA QUE VIROU JUMENTA PORQUE
FALOU DE TOP LESS COM FREI DAMIÃO:
QUESTÕES ACERCA DO IMAGINÁRIO FEMININO NO NORDESTE DO BRASIL
Ms. Cássia Alves da Silva
Universidade Federal do Ceará
casilvana@yahoo.com.br
O presente trabalho apresenta
algumas considerações acerca do imaginário feminino no Nordeste brasileiro.
Para isso, parte-se de discussões acerca do imaginário e das noções de imagem e
símbolo. Para tanto, tem-se como base os conceitos de Jacques Le Goff, na obra O imaginário medieval. De acordo com Le Goff, o estudioso do
imaginário de determinada época ou local deve estar sempre atento às
realizações marcantes desse imaginário, como a literatura e a arte. Sendo
assim, objetivando compreender melhor a configuração do feminino no Nordeste do
Brasil, analisa-se o cordel A moça que
virou jumenta porque falou de top less com Frei Damião.
A
REPRESENTAÇÃO DO DIABO NO TEATRO MEDIEVAL E SEUS ASPECTOS RESIDUAIS NA OBRA A CASEIRA E A CATARINA, DE ARIANO
SUASSUNA
Ms. Francisco Wellington
Rodrigues Lima
Faculdades Cearenses
wellrodrigues2006@yahoo.com.br
wellrodrigues2006@yahoo.com.br
Figura emblemática presente no
imaginário popular europeu, devido à ascensão do Cristianismo como religião
dominante, o Diabo recebeu diversas definições e transformações que o moldaram
através dos séculos. Na dramaturgia brasileira, em especial, na
Contemporaneidade, temos de maneira bastante significativa a representação
residual de tais representações do Diabo, seguindo os moldes do imaginário
cristão medieval conforme se encontra no Teatro Medieval. O intuito deste
trabalho é demonstrar os aspectos residuais da representação do Diabo medieval
no teatro brasileiro contemporâneo de Ariano Suassuna, na obra A caseira e a
Catarina (texto inédito).
A MULHER PERFEITA: RESÍDUOS DE UMA MENTALIDADE PATRIARCAL
Gabriela Roberto do Vale Alves
Universidade
Federal do Ceará
gabrielarobertova@gmail.com
gabrielarobertova@gmail.com
A
Literatura de Cordel teve origem na Europa e ficou bastante popular no Brasil,
onde desenvolveu características próprias e abarcou temáticas e gêneros
diversos (romance, aventura, religião, história, vida sertaneja, etc.), além de
criar algumas modalidades como o desafio. Foi divulgada através de grandes
cantadores e cordelistas, como Leandro Gomes de Barros, Francisco das Chagas
Batista Pimentel, Firmino Teixeira do Amaral, João
Melchíades Ferreira da Silva e tantos
outros. Entretanto, podemos observar que nas belas histórias destes folhetos
abre-se espaço para algumas questões interessantes, como as que envolvem a
montagem do retrato da personagem feminina que resulta das ressonâncias de uma
ideologia oriunda da sociedade patriarcal dos séculos que antecederam o
surgimento do cordel. Partindo dessa premissa, faremos uma análise de três
folhetos, cujas protagonistas são mulheres: Os
Martírios de Genoveva, A Imperatriz Porcina e A História da Donzela Teodora, procurando identificar quais
características as personagens deveriam possuir para serem “perfeitas” e quais
destas são resquícios da antiguidade que influenciaram na criação desse perfil.
Para tanto, faremos uso dos cordéis já mencionados, pesquisas acadêmicas sobre
o assunto e da Teoria da Residualidade.
PRESENÇA DE HIBRIDAÇÃO CULTURAL
NA POESIA DO CABOVERDIANO BALTAZAR LOPES.
Joice Girão Lopes
Daniel Pereira de Oliveira
Prof. Dr. Roberto Pontes
Universidade Federal do Ceará
joicegirao@yahoo.com.br
joicegirao@yahoo.com.br
A teoria da residualidade parte do
pressuposto de que não há uma cultura que seja pura, antes, toda cultura é
embebida de outras culturas. O que ocorre para que preceitos de outras culturas
sejam aceitos e adicionados a outra é o imaginário do povo que a aceitou, pois
ele faz com que adaptações pertinentes sejam cometidas . O presente trabalho
objetiva encontrar a presença de hibridação cultural na poesia de Baltazar
Lopes, escritor cujo nome poético é Osvaldo Alcântara. Analisaremos o poema
intitulado A Serenata, no qual tal
conceito da teoria da residualidade é autorgado, visto ficar clara a
necessidade de o eu lírico demonstrar o seu não pertencimento a uma cultura
específica. A verificação se dará à luz da Teoria da Residualidade, proposta
elaborada por Roberto Pontes, que tem como fundamentos basilares a história das
mentalidades, o hibridismo cultural, bem como a análise do imaginário popular e
da humanidade como um todo, no decorrer dos séculos. Na conclusão deste trabalho
será possível observar claramente a presença da hibridação cultural, no texto literário em análise.
UMA FACE PARA O MAL: A FORÇA DA
CULTURA ESCRITA PARA UMA ICONOGRAFIA DO DIABO.
José Lucas Cordeiro Fernandes
Universidade Federal do Ceará
zelucasfernandes@hotmail.com
zelucasfernandes@hotmail.com
A figura
da grande personalidade do mal da cristandade - O Diabo- é de fato uma
construção, uma invenção realizada por diversos processos históricos. A imagem
do Satã e a força que mesmo tem no imaginário da atualidade, se deve a força de
uma tradição escrita, onde podemos pensar sobre fontes documentais primárias,
como: obras literárias, escritos oficiais da Igreja, obras apócrifas e,
fundamentalmente, os escritos demonológicos. Com isso podemos ver que as fontes
do trabalho residem em um estudo de uma cultura escrita, onde pretendemos
demonstrar como a figura do Diabo ganha forma. O objetivo do nosso trabalho e
traçar a permanência da força desses escritos medievais para a fomentação da
imagem do Diabo, como foco em uma acepção iconográfica, mas sem deixar de lado
a força do mesmo no imaginário ou de uma história das mentalidades. Ou seja, a
imagem que Lúcifer tem hoje não surge de uma concepção arbitrária ou apartada
de debates dogmáticos do seio da Igreja, mas sim de um processo ligado a
disputas ideológicas e que tem um objetivo na sua construção, com isso traçamos
o objetivo central deste trabalho, que é demonstrar a formação deste processo e
que a cristalização da imagem do Diabo não é aleatória e nem desnecessária.
PERMANÊNCIAS TROVADORESCAS EM GUILHERME DE ALMEIDA
Leonildo Cerqueira Miranda
Prof. Dr. Roberto
Pontes
leonildo.cerqueira@yahoo.com.br
leonildo.cerqueira@yahoo.com.br
Este trabalho pretende tecer algumas relações
residuais entre os poemas de Guilherme de Almeida, constantes no Cancioneirinho, e algumas cantigas
trovadorescas da Idade Média, pois cremos haver influência da lírica medieval
nas composições do referido autor, apesar de seu veio modernista. Tal
influência dá-se pelo que chamamos de resíduo que, segundo a Teoria da
Residualidade (PONTES, 2003), é aquilo que permanece de uma cultura em outra,
que passa de um povo a outro por um processo de hibridação cultural (BURKE,
2003), e nisso, ganha novas formas, adaptando-se ao novo contexto, fazendo
ressurgir outro tipo de manifestação, completamente diferente, mas que guarda
em si uma essência anterior: o resíduo. Assim, tomaremos alguns poemas do já
citado Cancioneirinho e
estabeleceremos relação com cantigas trovadorescas, a fim de comprovar a
existência da mentalidade, ou seja, do resíduo medieval, ainda que em uma
composição modernista brasileira, o que reafirmaria o já dito pela teoria ora
em aplicação: na literatura e na cultura nada é original, tudo é residual.
O DRAGÃO, O CAVALEIRO E A DONZELA: RESÍDUOS DO ÉPICO MEDIEVAL NO CAPÍTULO
“O DESMAIO” DE O SERTANEJO DE JOSÉ DE ALENCAR
Luiz Henrique Cardoso dos Santos
Universidade Federal
do Ceará
luiz.hhenrique@hotmail.com
luiz.hhenrique@hotmail.com
A obra O
Sertanejo de José de Alencar tem grande importância para o regionalismo
romântico brasileiro. Nesse rico romance, percebemos a presença de elementos
que nos remetem ao passado, especificamente ao medievo. Temos como objetivo
neste trabalho, investigar os resíduos
medievais presentes no capítulo “O
desmaio” do romance O Sertanejo,
no tocante à sua natureza épica: na figura do dragão, a partir da metáfora da
qual o autor trata o incêndio como um monstro do bestiário medieval; do herói,
o cavaleiro medieval, que no romance corresponde ao sertanejo Arnaldo; e da
donzela, representada pela donzela Flor. Todos estes elementos são pertencentes
ao imaginário épico medieval.
Utilizamos a Teoria da Residualidade para
analisar essas reminiscências no
referido capítulo. Apesar da distância espacial e cronológica do romance em
questão com o período medieval, a mentalidade
heroica dessa época se faz presente na obra, através de resíduos que passaram pelo processo de cristalização.
A ARTE DE TROBAR NA CANÇÃO “QUEIXA”, INTERPRETADA
POR CAETANO VELOSO.
Marília Pereira da Costa
Faculdade Sete de Setembro
mariliaeusoumaisliteratura@yahoo.com.br
mariliaeusoumaisliteratura@yahoo.com.br
É de
fundamental importância o estudo da arte literária do período medieval; pois
contribuiu e continua sendo fonte de inspiração para as artes em geral. A
presente pesquisa propõe uma análise da canção “Queixa”, interpretada por
Caetano Veloso; que será abordada as principais características das cantigas
líricas inseridas na Arte de Trobar
pertencente ao Cancioneiro da Biblioteca
Nacional. Verifica-se que existem características entre a Arte de Trobar e a canção Queixa. Nota-se como a canção gravada em
1986 releva uma mentalidade tão remota oriunda do trovadorismo; a hibridação
cultural se comunica entre artes diversas e períodos diversos através da canção estudada; e de que maneira
foram cristalizados os traços da Arte de
Trobar na canção. Teremos como
fundamentação teórica a Teoria da
Residualidade desenvolvida pelo professor Roberto Pontes. Busca-se-à em
subsídios literários de autores importantes como Massaud Moisés e Segismundo
Espina leituras para desenvolvimento do estudo.
AS SEMENTES DA LIBERDADE:
OPRESSÃO E ANSEIO LIBERTÁRIO EM ANGOLA
Ms. Marta Leuda Lucas de Sousa
Universidade Federal do Ceará
martaleuda@yahoo.com.br
Em As
Sementes da Liberdade – romance que aborda a problemática colonial angolana –
Santos Lima, escritor angolano retrata a crua realidade de pretos, mestiços e
brancos em um cenário diverso e problemático. A obra busca denunciar a opressão
colonial portuguesa e focalizar a formação de uma classe mista de deserdados e
marginalizados por sua situação econômica e social claramente fragilizada. O
nascer dos primeiros anseios libertários do povo angolano, suas lutas, suas
angústias e seu sofrimento são abordados de forma a nos contextualizar com as
lutas futuras da população por sua liberdade e por um país livre do jugo do
colonizador, que acabou resultando na insurreição nacionalista de 1961. Tendo
escrito e publicado o livro no Brasil, e se identificado com as realidades
sociais e econômicas presentes em nosso país, Santos Lima nos cita e faz
referências ao longo do livro, que usando de denúncia e violência, lirismo e
amor, estabelece os parâmetros de esperança, liberdade e união fraterna contra
a opressão que afligia o povo angolano.
UM GRITO
FEMININO E POÉTICO: A MULHER PROSTITUTA
EM
VINÍCIUS DE
MORAES
Mnda. Mary
Nascimento da Silva Leitão
Pro. Dr. Roberto Pontes
Pro. Dr. Roberto Pontes
Universidade Federal do Ceará
maryepoesia@gmail.com
A prostituta sempre
esteve presente na mentalidade das
diferentes épocas. Na Literatura essa imagem ganhou destaque em obras de autores
renomados como José de Alencar e Machado de Assis, que através de Lucíola e
Capitu, respectivamente, suscitaram discussões acerca da sexualidade feminina
tantas vezes considerada um drama social. Temos ainda o romântico Baudelaire, o
qual se mostrou solidário às angústias vividas por algumas mulheres em Flores do Mal, comparando a venda do
corpo destas à venda de seus próprios pensamentos como escritor. Do mesmo modo
Vinícius de Moraes versifica a mulher da
vida, compadecendo-se dela e denunciando os impropérios que ocorrem com
essa figura tantas vezes excluída de alguns círculos da sociedade. Nosso
intuito é fazer a relação das personagens prostitutas
vinicianas com outras de diferentes épocas, inclusive retomando a imagem
arquetípica de Maria Madalena, talvez, a personagem prostituta mais conhecida nas diversas sociedades. Para isso,
tomaremos por base as teorias da Residualidade
e a do Imaginário Social, e também
trabalharemos com informações obtidas através da História da Mulher.
O
REINO ENCANTADO DO SERTÃO - TRADIÇÕES MESSIÂNICAS E SEBASTIANISMO EM CANUDOS
Ms. Marcos Paulo
Torres Pereira
marcosptorres1@gmail.com
marcosptorres1@gmail.com
Estudo do catolicismo
popular brasileiro cristalizado na obra Os sertões, de Euclides da Cunha,
buscando o discurso polifônico no qual realidade, imaginário e fé ressignificam
escolhas conscientes/inconscientes na tessitura da mentalidade sertaneja. O
estudo versa, ainda, sobre os matizes de movimentos messiânicos eleitos à
tessitura da imagem do anacoreta sombrio que recaiu a Antônio Conselheiro na
obra e como o sebastianismo arregimentou aos sedentos de fé à Belo Monte.
O DESENREDO ATRAVÉS DO CORPO FEMININO: IMAGENS
E REPRESENTAÇÕES NO TEXTO ARISTOFÂNICO
Mnda. Milena Nobre
Universidade Federal do Ceará
mmilenanobre@yahoo.com.br
O
presente estudo tem como objetivo analisar o enredo da peça cômica Lisístrata,
do poeta grego Aristófanes através das imagens e da representação do feminino,
desde os aspectos míticos até os históricos e sociais. Abordaremos dentre os
mitos: as amazonas, célebres guerreiras gregas, além das deusas Ártemis, Atena
e Afrodite. Buscaremos demonstrar como os mitos referidos na peça constituem
relevante aspecto para a composição da obra, na qual as mulheres tomam o poder
da cidade. Mostraremos, desta maneira, como a dramaturgia grega colaborou para
perpetuar esses mitos e tornar verossímil o discurso feminino para os
espectadores da época. A partir da leitura da referida peça, faremos uma
releitura de algumas personagens principais investigando a construção dessas figuras dramáticas femininas e sua relação com o teatro antigo
e a sociedade da época.
Indubitavelmente associaremos a esta análise outras referências sobre peças do
citado comediógrafo, para reforçar características pertinentes à Lisístrata e suas companheiras. Desta
forma, esperamos contribuir com os estudos clássicos literários sobre a questão
do gênero dramático, pertinente desde a Antiguidade.
PECADO E CULPA: TRAÇOS RESIDUAIS CRISTÃOS EM OS MAIAS, DE EÇA DE QUEIRÓS
Ms. Patrícia Elainny Lima Barros
Universidade Federal
do Ceará
patricialimabarros@yahoo.com.br
O pecado é um dos assuntos mais discutidos, e
um dos mais fascinantes, dentro do contexto religioso. Desde que Adão, segundo
o Antigo Testamento, provou do fruto proibido da árvore do conhecimento, o
pecado se faz presente na história da humanidade, especialmente no Ocidente. É
praticamente impossível falar em Cristianismo sem fazer referência ao pecado,
pois “o Cristianismo colocou o pecado no centro de sua teologia.” O pecado,
então, alcançou o homem e deformou sua natureza, que era divina. A moral,
erguida pelo cajado do Cristianismo, passou a ser vigiada pela Igreja
ocidental, conduzindo consigo todo o volume de erros, males e penas. Na Literatura,
esse é também um assunto bastante recorrente, mesmo que, muitas vezes,
despropositado. Diversos autores fizeram uso de elementos relacionados às más
inclinações, causadas e difundidas por Satanás, para comporem seus enredos e
darem lições de moral e de bom procedimento. Eça de Queiroz não escapou ao
trato da literatura na qual o pecado está inserido. Em Os Maias a mentalidade
cristã revela-se reiterada através de pecados. Os desvios de conduta moral
acumulam-se de forma copiosa.
RAUL BRANDÃO: DA FORMAÇÃO SIMBOLISTA ÀS ORIGENS DA
MODERNIDADE.
Patrícia Rodrigues de Souza
Caroline Brito dos Reis
Prof. Ms. Marília
Angélica Braga do Nascimento
patriciarosa96@gmail.com
patriciarosa96@gmail.com
O intuito deste trabalho é revelar que o livro A Morte do
Palhaço (1926), de Raul Brandão, apresenta caracteres que já prenunciam a
Modernidade literária que estava por vir. Ao romper a oposição prosa e poesia,
seus trabalhos se caracterizam por uma prosa poética que indica a subversão das
categorias genéricas até então em voga. Além disso, pode-se perceber uma
postura existencialista em seus escritos. Por meio de uma leitura da obra
apresentada e de uma observação das características nele presentes relacionadas
à modernidade, esse estudo percebe que nesse autor surgem inúmeras vezes uma
estreita fronteira entre vida e escrita poética. Isto se deve conceber de um
escritor já em seus aspectos modernos, em que há uma estreita relação entre o
livre exercício do espírito contra todas as formas de degradação dos valores
humanos e contra todos os dogmas, como afirma Fernando Cabral (2010).
TRAÇOS MEDIEVALIZANTES EM OBRAS LITERÁRIAS
NORDESTINAS – UMA ANÁLISE SOB A ÓTICA RESIDUAL
Ms. Rubenita Alves Moreira dos Santos
Instituto UFC
Virtual / UAB
rubenita@ymail.com
rubenita@ymail.com
Ao escrever o Auto da Compadecida Ariano Suassuna se baseou em romances e
histórias populares do Nordeste brasileiro, como O Castigo da Soberba, O
Enterro do Cachorro e História do Cavalo que Defecava Dinheiro. Estas são
narrativas que vivem no imaginário do povo nordestino. São histórias conhecidas
do autor, recolhidas que foram de sua infância vivida no sertão do Cariri
paraibano, conforme seus próprios comentários, embora não as relacionasse de
imediato a culturas e/ou épocas anteriores. No estudo publicado no livro
Literatura popular em verso, v. I, editado pela Casa de Rui Barbosa, Ariano
Suassuna fala sobre o assunto e diz que só depois, muito depois de haver
escrito o Auto, veio a tomar ciência de que havia aproveitado matéria
proveniente da cultura árabe. Henrique Oscar, prefaciador do referido Auto da Compadecida, também identificou
nesta obra suassuniana “um parentesco com gêneros mais antigos, de outras
épocas e regiões” e enquadrou o Auto na tradição das peças da Idade Média.
Refletindo-se sobre os comentários de Suassuna e as constatações de Henrique Oscar,
constata-se que existem traços residuais do Medievo na cultura nordestina.
Sendo assim, esses resíduos vão estar presentes nas produções literárias, não
apenas de Ariano Suassuna, como também na de outros escritores como Patativa do
Assaré, José Lins do Rego etc. Por que isso ocorre? Por que subsistem no
Nordeste tantos traços da cultura medieval se, quando do descobrimento do
Brasil e até mesmo de sua colonização pelos portugueses, a época normalmente
referida como fim da Baixa Idade Média (séc. XIV- séc. XV) já havia passado?
Este artigo pretende explicar a presença desses traços medievalizantes na
cultura nordestina, tomando-se como base para a análise os conceitos operativos
da Teoria da Residualidade.
O AMOR CORTÊS NA POESIA DE MÁRIO
DA SILVEIRA
Jéssica Thais Loiola Soares
Prof. Dr. Roberto Pontes
Universidade Federal do Ceará
jessicathaistj@hotmail.com
Mário da
Silveira é um poeta fortalezense responsável pela introdução do ideário
modernista nas letras cearenses, bem como um antecipador de tal corrente em
todo o Brasil, devido, sobretudo, ao poema “Laus purissimae”. Porém,
assassinado aos vinte e um anos de idade, sua obra continua ainda hoje, mais de
noventa anos após sua morte, conhecida por poucos. Depois de seu falecimento,
em 1921, seus amigos publicaram, em homenagem póstuma, uma coletânea de seus
escritos, em verso e prosa, iniciada por uma Coroa de rosas e de espinhos,
título dado à coroa de dez sonetos que inicia o livro. A obra seria republicada
em 2010, pela Secretaria de Cultura do Estado do Ceará, redespertando, assim, o
interesse por esse poeta tão importante para a literatura cearense e brasileira.
Na Coroa de rosas e de espinhos de Mário da Silveira, na qual embasaremos nosso
estudo, podemos encontrar resíduos trovadorescos, barrocos, românticos e
simbolistas, pelo menos. Neste trabalho, deter-nos-emos nos resíduos do amor
cortês presentes na Coroa, mentalidade essencialmente trovadoresca, portanto,
medieval. Para tanto, utilizar-nos-emos da Teoria da Residualidade, método
investigativo desenvolvido no Departamento de Literatura da Universidade
Federal do Ceará, por Roberto Pontes. A referida teoria pauta-se no princípio
de que nada é novo, tudo é residual, isto é, cada cultura contém resíduos de
mentalidades de outros tempos e espaços. Na pesquisa em questão, faremos uma
análise dos indícios da mentalidade residualmente trovadoresca na Coroa de
rosas e de espinhos, demonstrando sempre a relevância da obra de Mário da
Silveira.
TESTEMUNHO: PACTO COM O DIABO .Sou uma mulher e faço o Acordo há quatro anos. então, sou velho nele. Eu era empregada de mesa num restaurante. mas hoje, graças ao Pacto, sou acionista de empresas internacionais como Facebook, twitter, Renault, Visa, Western Union ....... Tenho empresas em todo o mundo. Estou muito feliz com o meu marido e os meus dois filhos. Está tudo bem. Agradeço mais uma vez este templo satânico que me ajudou a ter sucesso na minha vida. para aqueles que querem contactá-los. aqui está o endereço : espiritualtemplo@gmail.com
ResponderExcluirImportante: o templo também me ajudou a recuperar o meu EX-marido após anos de divórcio .Estou feliz por isso decidi partilhar a minha experiência contigo.